Nos dias que correm deve ser geral, eu imagino que sim. É a crise, é a falta de dinheiro, é o consumo de alimentos que diminuiu 10%, é o desemprego que aumenta exponencialmente, juntamente com todas as despesas, desde o combustível ao papel higiénico. Mas quando a tudo isso se junta a nuvenzinha cinzenta da má disposição por cima das nossas cabeças, está o caldo entornado.
Já todos sabemos o sermão de cor... O mundo inteiro tem problemas, e há muita gente pior que nós, e não sabemos dar valor à sorte que temos, e blá blá blá. A desgraça dos outros não torna a nossa menos dolorosa, nem menos merecedora de reconhecimento. Há dores que são só nossas, há outras que são comuns, há dores físicas, há dores emocionais, há dores de perda, há dores de preocupação e dores de solidariedade. Enfim, de todas as formas, cores e feitios. Mas numa coisa são iguais: todas são dignas de serem sofridas. Toda a gente tem direito a verter lágrimas de vez em quando, a querer estar em silêncio, a devorar chocolates só para se sentir melhor, a chegar a casa e ir directamente para a cama abraçar-se à almofada e ninguém tem o direito de dizer se é com razão ou não. Muitas vezes só vemos o que está à nossa frente, e não temos acesso ao historial completo do que aquela pessoa já passou antes de se deixar, finalmente, ir abaixo. E há que deixar o drama acontecer. Chorar é uma das coisas mais libertadoras que existem, é uma verdadeira lavagem aos problemas.
E a seguir o sol brilha outra vez, os passarinhos cantam, as borboletas voam, a relva é verde e nós estamos muito melhores.
Hoje deu-me para viajar pelas terras da melancolia e confesso que a chuvinha não ajudou em nada ao meu espírito. Amanhã é um novo dia e tenho esperança de que tudo corra melhor.
Animo...
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