sexta-feira, 4 de maio de 2012

Novo começos

Amanhã vou começar a trabalhar no meu novo emprego. 
Sabem, aquele para o qual andei 5 anos a estudar e que já achava que não existia, pelo menos não em território Português. Mas eis que surgiu a luz no fundo do túnel e tcharan! estou empregada. Com possibilidades de brevemente vir a alargar o meu, para já, reduzido horário de trabalho. Quem sabe no que isto vai dar? Eu não. Mas estou mais animada, sem dúvida. Já não preciso de ficar a olhar para as paredes e a enlouquecer lentamente em casa, nem preciso de me esfolar a trabalhar num emprego no qual nunca sei se vou ter trabalho no dia seguinte, que nunca me iria levar a lado nenhum e para o qual a escolaridade obrigatória me tinha servido perfeitamente, nem preciso de ir passar manhãs intermináveis no shopping a folhear o jornal e a fingir que estou muito ocupada quando, na verdade, estou só a matar o tempo e aquilo é a única coisa que ainda tenho para fazer e que não envolve gastar dinheiro (sim, porque ser desocupado e rico é uma coisa - há ginásios, cinema, refeições fora, destinos fantásticos para viagens - mas ser desocupado e estar perigosamente à beira da falência é uma realidade completamente diferente e bem mais monótona). Pode ser que até consiga, finalmente, juntar algum dinheiro e andar com a minha vida para a frente! Ou pode ser que não consiga nada disto, mas pelo menos já tenho qualquer coisa. Qualquer coisa a que me agarrar e que me vai dar coragem para sair da cama todas as manhãs (já que estamos a tocar neste assunto, outra coisa que me ia ajudar - e muito, diga-se de passagem - a acordar de manhã era se esta chuva ranhosa parasse. S. Pedro, estás aí? Não? Pronto, valeu a pena tentar). Já não acho que estou só a atirar dinheiro para o lixo a cada formação que faço (a sensação que eu tinha todos os meses na altura de descontarem o cheque da pós-graduação era a mesma que teria se simplesmente pegasse fogo a um maço de notas só porque era engraçado. Assim, sem mais nem menos). O futuro continua muito incerto mas, e daí, haverá alguma altura na vida em que não seja assim?
Andava a fazer um esforço louco por não me render completamente ao pessimismo, a tentar não atravessar para o lado negro, do derrotismo e do "pronto, a minha vida nunca vai passar disto. O tempo passa, passa, passa e só a minha vida é que fica na mesma", mas não estava a conseguir. Estava já bastante conformada, até. Que é muito triste, mas é o que acaba por acontecer. E agora tenho, finalmente, algo real para me dar esperança. Quanto mais não seja, vai valer pela experiência. E sempre ouvi dizer que nos arrependemos mais das coisas que não fazemos do que daquelas que fazemos. Portanto, venha de lá trabalhinho que é o que eu quero e preciso!

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